Urca e Sagewood fazem joint venture e lançam fundo com foco nos EUA
Expectativa é captar US$ 50 milhões na primeira oferta pública
Expectativa é captar US$ 50 milhões na primeira oferta pública
Na dinâmica paisagem dos negócios globais, onde a paixão e a precisão se entrelaçam, Douglas Strabelli se destaca como uma figura singular. Este visionário CEO da Sagewood Corporation começou sua trajetória em campos de futebol em Madri, sonhando com vitórias esportivas, mas foi nas complexas arenas do mercado imobiliário de luxo que ele encontrou seu verdadeiro chamado. Transformando cada desafio em uma oportunidade de crescimento, Strabelli aplicou as disciplinas e estratégias aprendidas no futebol para liderar sua empresa em projetos audaciosos que transcendem fronteiras.
Nesta entrevista exclusiva para a LIFESTYLE BRAZIL, Douglas Strabelli compartilha insights sobre como as lições do esporte moldaram sua abordagem no mundo empresarial, a adaptação à indústria da construção civil e sua visão para o futuro da Sagewood Corporation. Com projetos emblemáticos como o Quinta das Amoras e o edifício na Quinta Avenida, ele discute o potencial inexplorado do mercado de imóveis de luxo no Brasil e suas estratégias para integrar eficiência e excelência estética nos seus empreendimentos, visando não apenas o sucesso econômico, mas também o impacto social positivo nas comunidades.
Prepare-se para mergulhar na mente de um homem que vê além do convencional, um líder cuja carreira é tão robusta quanto as estruturas que ele ergue.
O futebol sempre teve uma importância muito grande na minha vida, não só pela paixão que tenho pelo esporte, mas, principalmente, pelas lições que aprendi dentro das quatro linhas!
No futebol você aprende, por exemplo, a querer vencer sempre e, para isso, passa a se preparar muito, a treinar mais do que os outros, mas, mesmo assim, você descobre a importância também de trabalhar em equipe. Porque se por um lado é um ambiente em que as pessoas estão dando seu máximo para ganhar posição e, sendo assim, existe uma competitividade muito grande, por outro, o trabalho de grupo é essencial (caso contrário não existe união dentro de campo e, consequentemente, o resultado não vem).
Outra lição que aprendi com o esporte é a importância de valorizar a diversidade, já que sempre competi lado a lado com pessoas de todo tipo de origem e nível socioeconômico. E, no fundo, todas sempre tiveram o mesmo objetivo que eu: vencer!
O stress do futebol também é bem parecido com o que vivemos no mercado imobiliário. Tem situações em campo em que você está atacando, vem uma dificuldade e você acaba tomando um gol, por exemplo. No jogo você precisa reagir rápido num momento de crise como esse, e o mesmo acontece na minha carreira de incorporador e construtor.
Outro ponto em comum com o mercado imobiliário é o planejamento que precisa acontecer dentro do campo para chegar no resultado. A gente tem que estar sempre planejando, pensando aonde queremos chegar, qual resultado queremos alcançar. Como em qualquer outra atividade, no futebol você planeja, vem a dificuldade e você precisa ajustar o planejamento, reagir. Na construção é a mesma coisa!
O futebol também ensina a importância de saber ganhar e saber perder. Quando você ganha é muito legal, é muito boa a sensação de vitória. Mas quando você perde é que você realmente aprende. O futebol me trouxe muito isso: quando eu achava que eu era o melhor, ou quando tinha melhor time, e a gente perdia por um erro, éramos chamados a refletir, discutir em grupo para achar uma solução sem culpar ninguém individualmente. A derrota é sempre de um time inteiro e não de um indivíduo somente.
A questão da liderança também foi uma lição do esporte que eu trouxe para minha carreira. Foi jogando que comecei a entender a importância do líder dentro de campo: ele é a pessoa que coloca todo mundo para jogar – independentemente da posição de cada um – em prol de um bem comum que é vencer.
Tem ainda a questão que faz parte de qualquer esporte que é a excelência. É você querer fazer o melhor, querer que o jogo seja mais bonito e não apenas competitivo. A excelência e a qualidade dentro do jogo também se aplicam no mundo dos negócios.
Resumindo, o futebol trouxe muito na minha vida e até hoje me ajuda em todos os aspectos: crescimento pessoal, competitividade, trabalho em equipe, ética profissional (no futebol é necessário ter muita ética, estar sempre do lado correto).
Sempre digo que, na minha visão, o mercado de luxo no Brasil é muito grande e tem poucas empresas que entendem como trabalhar nesse segmento e que estão se posicionando bem no mercado. Existe, portanto, um espaço muito grande a ser explorado no país e a ideia da Sagewood Corporation é levar para o nosso país a questão de eficiência do mercado de luxo dos EUA, usando a parte de marketing -que é bem forte aqui nos EUA – e do nosso branding norte-americano, totalmente ligado ao luxo.
Queremos pegar o que é positivo e funciona aqui e misturar com o que é positivo e funciona no Brasil, fazendo um híbrido, de maneira a trabalhar de forma mais eficiente. Acreditamos que podemos gerar valor desta forma!
Estou fora do Brasil há muitos anos e, por isso, não tinha visualizado uma oportunidade no país num futuro próximo. Mas como na vida os desafios acontecem quando você menos espera, nós tivemos a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que já estavam trabalhando no mercado imobiliário e que nos ofereceram a parceria entendendo que poderíamos agregar valor tanto na metodologia quanto com relação ao nosso branding americano. Surgiu assim, em parceria com a Areaum Participações, o nosso projeto de Teresópolis chamado Quinta das Amoras. A ideia é desenvolver e revitalizar toda uma região. No início encarei como desafio pessoal e a surpresa na parceria foi muito positiva, a gente visualizou um crescimento muito grande. Hoje eu enxergo que o mercado brasileiro é muito forte, muito grande e não é explorado em sua totalidade, além de ser menos maduro que o mercado americano. Existe muita oportunidade para quem realmente quer fazer algo diferente, algo voltado não somente ao ganho de capital, mas sim algo que tenha uma preocupação com relação a melhoria regional. Acho que isso despertou na gente um senso de oportunidade e agora estamos totalmente focados no Brasil além dos EUA, claro.
QUINTA DAS AMORAS, NA REGIÃO SERRRANA DO RIO
O Quinta das Amoras é um de cinco projetos que estávamos desenvolvendo no Rio de Janeiro – hoje esse número cresceu. A gente definiu que, como o Quinta foi lançado agora, a gente vai finalizar nosso master plan – que era o nosso desejo principal – para realmente organizar toda forma de incorporação na região. Esse master plan vai atingir uma região considerável da serra e inclui um trabalho social muito interessante.
Começaremos com a revitalização da Trilha dos Vagalumes – e o plano não inclui só a melhoria das estradas da região, mas também a reforma de casas de 90 famílias, capacitação dos moradores (fazendo convênios com órgãos e empresas especializadas para nos ajudar).
Dentro deste Master Plan – que abrange mais regiões – a nossa ideia é criar pelo menos 3 “centralidades” para que o conjunto desses projetos possa realmente mudar as regiões em que estão inseridos e trazer cada vez mais não só turismo para a localidade, mas também pessoas que estejam em busca de uma primeira, segunda ou terceira casa de diferentes tamanhos e proporções em condomínios nossos, atraindo o público do Brasil inteiro e, principalmente, do Rio de Janeiro e de Niterói.
No projeto a gente conta com o Duda Porto, um dos arquitetos mais respeitados do Brasil. Além de ser um profissional incrível, ele está totalmente envolvido com os valores e princípios do projeto e da SAAU, a empresa que tenho em parceria com a Areaum Participações, que é a responsável pelo empreendimento. Além disso, minha sócia, Andrea Maturano, e eu estamos tratando todas essas ações com a máxima prioridade.
A lição mais importante, como eu disse, não vem das vitórias, mas das derrotas. Interessante que muita gente ignora as derrotas e tende a colocar a culpa em qualquer circunstância, menos na sua responsabilidade. E esse aprendizado é uma das coisas mais importantes na carreira, na minha opinião.
Outra coisa essencial é encontrar a paixão na sua vida no lado profissional. Quando você não faz o que você realmente gosta, se identifica, ou que sinta que é a sua missão, a sua possibilidade de crescer acaba ficando muito limitada. Quando você sai de manhã para trabalhar e você sente obrigação e não prazer é um indicativo de que você não está no caminho certo. Então minha dica é: busque sua paixão, para que você possa sair de casa com vontade, querendo sempre o melhor na sua posição. O lado profissional tem que ser prazeroso e dentro da sua missão de vida para que você possa ser não só um grande empresário, mas um grande funcionário de qualquer posição.
A questão do planejamento também é essencial. Muitas pessoas querem fazer uma coisa na vida e não planejam, simplesmente agem. Mas o planejamento tem que estar em primeiro lugar. Durante e depois do planejamento surgem os marcos, as etapas importantes para que você tenha vitórias pequenas a cada período e que tenha recompensas para não desanimar antes de chegar no seu objetivo final. Vale dizer que entre o planejamento e as etapas do caminho todo mundo encontra muitos percalços. Uma vez definido um objetivo é importante saber que as dificuldades virão, mas você tem que seguir pela determinação de chegar ao seu objetivo.
E, por fim, se você é empresário vale registrar outra lição que eu aprendi com o tempo: sempre contrate alguém que é melhor do que você. Essas pessoas vão te dizer o que fazer e não o contrário. Sempre tenha pessoas muito boas do seu lado. Você nunca vai crescer se não tiver alguém muito competente brigando para te fazer melhor. O legal disso é que quando você sobe um degrau da escada essa pessoa sobe junto e, assim, você vai ter sempre grandes profissionais na empresa buscando crescimento. Um dos principais valores da Sagewood Corporation é meritocracia. Você cria uma relação dentro da empresa que reflete desde o pedreiro e o mestre de obras até o CEO da empresa. Qualquer um pode sair de ajudante e se transformar num executivo, num CEO.
MANSÃO NOS HAMPTONS, A VENDA POR US$ 31 MILHÕES
Nos próximos dois ou três anos focaremos nossos investimentos nos estados da Florida e de New York, onde temos um conhecimento muito grande. Depois desse período vamos ampliar nossa área de atuação no país.
Além disso, na América do Sul a intenção é continuar investindo pesado no mercado de luxo no Brasil – nas áreas Sul, Sudeste e Norte.
Em 5 anos pretendemos ainda realizar o sonho de atuar na Europa pelo fato de eu ter passado muitos anos na Espanha. Estamos estudando o mercado, identificando oportunidades de investimento.
Neste momento já estamos olhando muito para Portugal, Espanha e Inglaterra onde pretendemos realizar projetos imobiliários com parceiros locais, como estamos fazendo no Brasil. Inclusive temos alguns eventos marcados ainda este ano em Portugal e Inglaterra e o nosso interesse nesses países é diversificação de investimento e portfólio.
Fonte: Lifestyle Brazil
Entrevista | Douglas Strabelli, CEO Sagewood Corporation
Há 30 anos, o Brasil perdia um jovem e promissor jogador de futebol para ganhar um dos nomes mais respeitados do setor de construção civil no Exterior. A história de Douglas Strabelli – CEO e co-fundador da Sagewood Corporation, incorporadora e construtora com sede nos Estados Unidos – começa em Maringá (PR), passa por Madri, Nova York, Florida e, agora, tem novo capítulo aqui mesmo no País, onde pretende entrar em campo já na primeira divisão do mercado imobiliário: o segmento de alto padrão. “Acho que posso ajudar a melhorar a qualidade dos empreendimentos”, diz. Acompanhe na entrevista a seguir.
Você quase foi jogador de futebol?
Douglas Strabelli – Sim, tive até propostas de times da minha cidade, Maringá (PR). Com 18 anos, fui tentar a vida como jogador de futebol em Madri (Espanha). Jogava de segundo volante, não era muito focado, mas jogava bem.
E como chegou na construção civil?
Consegui um emprego numa construtora na Espanha porque jogava futebol. A empresa tinha um time que jogava torneios regionais. Mas logo percebi que não teria vida longa no esporte e tive de aprender o ofício ou morreria de fome. Fui ser pedreiro, pintor, supervisor até abrir meu próprio negócio.
O esporte te ajudou na construção de sua carreira fora dele?
O futebol teve uma importância muito grande na minha vida com empreendedor. Aprendi lições como liderança em campo, não importa em que posição você jogue; trabalho em grupo; valorizar a diversidade, ao competir lado a lado com pessoas de todo tipo de origem e nível socioeconômico. De alguma forma, isso tudo me ajudou em todas as fases da minha carreira.
Como avalia o segmento imobiliário de alto padrão no Brasil?
Vejo que há uma falta de um entendimento maior do que é mercado de imóveis de luxo no país. Cinco ou seis incorporadoras se especializaram nisso e tomaram o mercado. Isso significa que há um espaço muito grande para outras empresas entrarem nesse negócio. E acho que posso ajudar a melhorar os empreendimentos, que já são muito bem-posicionados.
Sua companhia está bem estabelecida nos Estados Unidos. O que te fez olhar para o mercado brasileiro agora?
Primeiro, porque senti que tinha realizado muito em outros países, mas não fiz no meu. E, no fundo, sou brasileiro, apesar de viver há muito tempo fora. Depois, porque há muitas oportunidades aqui dentro do nosso principal modelo de negócio que é o desenvolvimento de projetos em grande escala. Surgiu uma oportunidade no Rio de Janeiro, uma proposta de desenvolver uma área na região serrana. No futuro, a ideia é expandir para outros mercados, como São Paulo, Minas Gerais e na cidade do Rio.
Quinta das Amoras, na região serrana do Rio: projeto de larga escala envolve não apenas o condomínio de alto padrão, mas melhorias urbanas em toda a região ao redor — Foto: Sagewood Corporation/Divulgação
Por que investir em projetos de grande escala?
Buscamos oportunidades em lugares onde exista espaço geográfico para crescimento. Estamos desenvolvendo um projeto que fica numa área entre North Miami e Ventura que reflete isso. Fica diante do Shopping Ventura, visitado por 28 milhões de pessoas por ano, e bem próxima da Bright Line, a linha ferroviária que liga Orlando a Miami. A ideia é sempre entender – a partir de uma análise de dados e de pesquisa de campo – o tipo de produto que cabe ali e que vai gerar valor não só para a companhia, mas para a região como um todo.
Assim nasceu o projeto do IQ?
O IQ Concept é um complexo em West Aventura que compreende quatro edifícios para “multifamily” (IQ Loft), de médio a alto padrão, com 200 unidades, um edifício de seis andares com 34 apartamentos de luxo (IQ Lux) e outra torre de uso misto (IQ Mix). O VGV é de US$ 250 milhões.
No Loft, os apartamentos serão exclusivos para locação nos primeiros cinco anos. Depois, serão colocados à venda. Criamos também um app de serviços baseado em um grande banco de dados, voltado às pessoas que utilizam dos nossos prédios ‘multifamily’. Elas poderão fechar desde o contrato de aluguel a conseguir um “dog walker”.
No Lux, as unidades poderão ser entregues mobiliadas por meio de parcerias que temos com as marcas Breton e a Ornare. O valor dos apartamentos, que terão até dois dormitórios, está entre US$ 400 mil a US$ 800 mil. E eles serão “no restriction”: poderão ser alugados por seus donos.
Para o projeto Mix, contratamos o escritório Arquitectonica. Será um prédio de 20 andares, com lojas no térreo, cinco pisos com estúdios para a geração Z, muitos “amenities”, lazer e lajes corporativas na parte superior. Será uma âncora para a área e deverá ajudar no desenvolvimento da economia de toda a região.
Que análise faz do atual momento do mercado de incorporação nos Estados Unidos?
Estamos com juros altos e isso tem feito com que os “regional banks” se tornem mais restritivos para liberação de empréstimos a investidores sem experiência no setor imobiliário. Como era antes: você comprava um terreno, aprovava um projeto e levantava 20% de equity para 80% de dívida, tinha uma exposição menor de caixa. Hoje, está em 35/65%. E se você chega no banco para pedir um “loan” sem ter construído ou incorporado nada antes, o comitê não aprova mais.
O lado positivo disso é que estes bancos e instituições de crédito estão pegando estes “deals” que não foram cumpridos e oferecendo a empresas como a nossa, com expertise comprovado no mercado. Isso tem feito nosso pipeline crescer bastante na Florida. A previsão é saltar de US$ 300 milhões para mais de US$ 1 bilhão.
Como começou a empreender de fato?
Foi ainda na Espanha. Após dois anos naquela primeira empresa, abri um negócio de pintura com um amigo goiano que fiz lá. Apareceu um trabalho de reformar um apartamento inteiro e decidi arriscar fazer a obra toda: como conhecia a comunidade inteira de brasileiros, já que a maioria jogava futebol também, montei uma equipe e fizemos o trabalho. O cliente, um iraniano, gostou tanto do nível da entrega que nos indicou a amigos dele. Não paramos mais de trabalhar e, em um ano, a empresa chegou a ter 50 funcionários. Fiquei no ramo por seis anos na Espanha e percebi que minha trajetória não era mais continuar no país.
Foi o que motivou a mudança para os Estados Unidos?
Sim. Tinha decidido mudar de área e sair da construção civil. Atuava no alto padrão e isso exigia muito da minha presença, para garantir a qualidade. E não tinha maturidade para isso. Neste processo, ganhei dinheiro, mas perdi muito também. É o ‘MBA’ da vida. E decidi abrir um restaurante espanhol com um amigo americano em Nova York. Mas, com três meses de planejamento, percebi que aquilo não era para mim. Sai do projeto e passei mais três meses estudando o mercado e pensando no que fazer.
E voltou ao ramo de construção?
Pois é. Conhecia um brasileiro que tinha uma empresa de reforma na cidade e pedi para trabalhar de graça lá, para aprender como funcionava o método de construção nos Estados Unidos, que é totalmente diferente do que é feito na Europa. Depois, propus comprar metade da empresa com a promessa de entregar crescimento. Em quatro anos, saltamos de três para 50 funcionários. Assumi o comando da empresa e foi o início da Sagewood.
Em qual segmento a empresa atuava?
Em Nova York, se faz muito retrofit de prédios e apartamentos. Fizemos mais de 200 projetos assim. Ainda atuamos na cidade, onde temos uma sócia local – Joana Sampaio – e fazemos cerca de 50 obras por ano. E temos alguns marcos históricos: fomos a primeira empresa de brasileiros a construir na Quinta Avenida, com um edifício de 15 andares, em parceria com a JHSF, que foi a incorporadora. É onde fica o Fasano Nova York.
Como foi realizar esse projeto?
Foi desafiador. Teve uma história engraçada: era o governo Trump e faltando dez dias para concretar a última laje, o Serviço Secreto dos Estados Unidos nos procurou avisando que o presidente poderia visitar a cidade a qualquer momento e não poderíamos ter nenhum caminhão estacionado na avenida – o que nos causaria um atraso na entrega e prejuízo financeiro enorme. Avisei o agente americano e tomei o risco: contratei o caminhão e decidi concretar. No final, ele não veio.
Quais outros projetos você destaca em Nova York?
Fizemos um prédio novo na rua 52, com dois sócios franceses, onde demolimos uma townhouse e subimos um edifício de seis andares, onde mantivemos uma unidade sem vender que é nossa.
Outro marco importante foi uma casa que construímos nos Hamptons, onde permanecemos como investidores. Uma mansão de 1.800 metros, de frente para o mar. Uma propriedade de altíssimo padrão, com revestimentos e mobiliário todo importado da Itália e que colocamos para locação, que compensa mais do que vender. Atualmente, a mansão está avaliada em US$ 31 milhões. Nossa clientela de aluguel tem sido de bilionários europeus e CEOs e empresários americanos muito bem-posicionados financeiramente.
Onde os brasileiros têm investido na cidade?
Em geral, nossos clientes compram imóveis na Quinta Avenida, Madison e Park Avenue. São superapartamentos de alto padrão e que ajudamos a retrofitar, em parceria com a arquiteta carioca Cristiana Mascarenhas, que atua por lá há muito tempo.
Como foi parar em Miami?
Após dez anos construindo e incorporando em Nova York, fomos convidados a fazer alguns projetos em Miami. Eram de clientes nossos que não conseguiam parceiros que entregassem o mesmo nível de qualidade. Mas, quando cheguei lá, em 2013, me deparei com a diferença de nível profissional dos trabalhadores locais em relação aos de Nova York. Faltava qualificação.
Quais os motivos?
Tem a ver com o clima, a Florida é muito quente. Há falta de competitividade também, e eles se acomodam. Em Nova York, ou você trabalha bem, ou está fora do mercado. E tem um pouco da imigração latina, embora sejam muito talentosos.
Mesmo assim, decidiu ficar.
Entendi que havia oportunidade ali e, de cara, passei a incorporar dois prédios e 14 casas. Nosso modelo de negócio é desenvolver regiões inteiras e na Florida há espaço para isso, exceto Miami – assim como no Brasil, por isso passamos a criar projetos aqui também. Vamos atuar bastante em Orlando, onde temos três projetos em análise, e em Tampa. E já estamos em Fort Lauderdale, com condomínios residenciais de médio e alto padrão, para dar fluxo de caixa.
UM OÁSIS DE R$ 1 BILHÃO NA SERRA
Uma união de peso chega ao mercado imobiliário do Brasil. A Areaum Participações e a Sagewood Corporation, incorporadora e construtora americana fundada pelo brasileiro Douglas Strabelli, firmaram parceria para o desenvolvimento e a construção de projetos imobiliários no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País, o que representa R$ 1 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) até 2024.
Por meio da nova empresa, a Saau, o destaque é para a segunda fase do Quinta das Amoras, que terá lotes e casas de alto padrão de luxo em uma região conhecida pela natureza no Vale Alpino, em Teresópolis (RJ). O projeto de arquitetura é de Duda Porto, e o paisagismo é de Daniela Infante.
O foco do nosso projeto é trazer para a região o que há de mais atual em conceito de luxo, que no Rio de Janeiro não é apenas itens de marca ou produto de grife, mas é o luxo da simplicidade e do pé no chão, literalmente”, disse a presidente e sócia da Saau, Andrea Maturano.
Douglas Strabelli é personagem conhecido no Real State americano. Foi desenvolvedor de casas de alto padrão na região dos Hamptons, entre outros projetos de grande expressão como a construção do Fasano em Nova York. Ele entrou como sócio investidor e tem a mis- são de trazer clientes de fora para os projetos no Brasil. Strabelli conta que a proposta, no caso do Quinta das Amoras, é fazer do Vale Alpino a nova Hamptons, região do estado de Nova York conhecida por reunir vilas de altíssimo luxo.
Em 2023, a Sagewood completa 21 anos e, pela primeira vez desde a fundação, estaremos investindo no Brasil, disse.
Em busca de ampliar ainda mais os negócios, a Saau prevê a abertura de um escritório em São Paulo e outro no Rio de Janeiro até 2024. Pelo índice de valorização, o Quinta das Amoras, que também tem o ator e empresário Bruno Gagliasso como sócio, já é sucesso. Para se ter ideia, em quase dez meses foram vendidas.
Dos mais de 80% dos terrenos da primeira fase e os primeiros clientes já perceberam uma valorização de 43%. O empreendi- mento oferece terrenos de até 2,4 mil m2. Por conta da procura, Victorio Abreu, sócio da Areaum, adianta que a vila comercial prevista no local já tem marcas interessadas do Rio e de São Paulo, todas com políticas de sustentabilidade e de carbono zero, em sintonia com a proposta do Quinta das Amoras.
A localização é mais um diferencial, pois o empreendimento está em uma região desenhada pela natureza e de frente para o Parque Estadual dos Três Picos. Caminhar entre as trilhas e descobrir lugares fascinantes como cachoeiras, rios e mirantes são alguns diferenciais do Quinta. A sede social é mais um destaque: são mais de 9 mil m2 de lazer com piscinas para adultos com deck e para crianças, playground, salão multiuso para eventos sociais, espaço gourmet, trilhas, pomar, quadra de tênis, beach tennis e poliesportiva, além de coworking com internet de ponta para facilitar o home office e o trabalho híbrido.
SUSTENTABILIDADE No quesito sustentabilidade, os empreendimentos terão desde painéis solares até o plantio de milhares de árvores monitoradas com QR code para verificar o quanto cada uma sequestrou de gás carbônico (CO2) e o quanto ‘plantou’ de H2O. Tudo isso com a tranquilidade de estar em um condomínio monitorado 24 horas na cidade mais segura do estado e a oitava no ranking nacional.
É sempre bom frisar também que o morador estará a menos de 90 quilômetros do Rio de Janeiro e de Niterói, disse Victorio Abreu.
São diferenciais que tornam o empreendimento exclusivo. Dos quatro endereços da Saau, três estão localizados no Vale Alpino: o Quinta das Amoras, das Cerejeiras e do Café. Os projetos têm como vizinhos em um raio inferior a 5 km a Fazenda de Orgânicos Vale das Palmeiras, do ator Marcos Palmeiras, e a Vinícola Maturano, além da charmosa fábrica de sorvetes Sloop. Com a Saau, Douglas Stra- belli traz para a região toda a sua experiência para que o Vale Alpino trilhe os caminhos de uma Nova Hamptons.
Quase 30 anos depois de trocar o Brasil pelo exterior, o empresário se une à incorporadora Areaum Participações, do Rio, em quatro projetos residenciais.
Quase 30 anos depois de trocar o Brasil pelo exterior, o empresário Douglas Strabelli volta ao país com o objetivo de
“expandir o nicho de incorporação no segmento de luxo no mercado imobiliário brasileiro”.
Segundo ele, segue concentrado nas mãosdos mesmos três a quatro grupos.
Com o português pontuado de anglicismos, traços dos últimos 22 anos morando nos Estados Unidos, Strabelli vende oestereótipo do ‘self-made man’: um imigrante latino que começou como pedreiro egalgou a posição de líder de negócios no ramo.
Hoje, ele preside o próprio conglomerado de construção e incorporação, o Sagewood Corporation, que devefaturar em torno de US$ 150 milhões neste ano com lançamentos no mercado americano. De volta, o brasileiro aprofunda suas raízes tupiniquins com a sua primeira empreitada no mercado imobiliário local. O grupo terá escritórios em São Paulo e noRio, que serão liderados pelo executivo Victor Amadheu de Oliveira.
Strabelli antecipou ao Valor a primeira parceria de negócios da Sagewood no Brasil, firmada com a incorporadora Areaum Participações, que se concretizará por meio denova empresa, a Sauu.
Com investimento inicial de R$ 50 milhões, a Sauu desenvolverá quatro empreendimentos residenciais de luxo no Vale do Alpino, área rural de Teresópolis (RJ), com valor geral de vendas (VGV) potencial de R$ 1 bilhão ao todo. Mas ohorizonte para concretização dessas obras é de dez anos, segundo os executivos, eos lançamentos devem ocorrer de forma faseada.
A proposta é transformar a serra numa “Hamptons à brasileira”, segundo Strabelli,que traça um paralelo entre as qualidades das regiões para atração de vilas de altoluxo em áreas cercadas por paisagens naturais e a menos de duas horas dasmetrópoles (Rio de Janeiro, aqui, e Nova York, lá).
A área na serra fluminense, a 130 km da capital, já é familiar à Areaum, fundada nofim de 2020 por Victorio Abreu e Andrea Maturano. A incorporadora carioca conduz projetos residenciais e de impacto regional que provocaram valorização desses terrenos nos últimos dois anos. Fez sentido para ambas as partes, portanto, que anova parceria começasse por aí.
“Conforme evoluirmos, abriremos projetos para investidores institucionais que queiram explorar o mercado de ativos imobiliários para diversificar sua carteira”, dizo presidente da Sagewood.
A estreia da Sauu no mercado será a segunda fase do condomínio Quinta das Amoras, um empreendimento residencial lançado ao mercado há um ano pela Area um e que tem o ator Bruno Gagliasso como sócio. Na etapa atual, querepresenta 67% do projeto, o VGV será de R$ 94 milhões.
O potencial de faturamento no Quinta das Amoras é de R$ 140 milhões – R$ 36 milhões já foram levantados na primeira fase, ainda em 2022. Dos 423 lotes que seestendem pelo vale nas fronteiras do condomínio, 110 terrenos foram vendidos aocusto médio de R$ 330 mil. Em menos de um ano, o preço desses imóveis já escalou 30%.
“A maioria dos incorporadores quer trabalhar em regiões óbvias – centro da cidade,bairros – onde não é preciso promover maturação”,
diz Abreu, em referência aosprojetos de impacto social do empreendimento, como a capacitação de produtores rurais para a cultura orgânica. “Então a nossa identificação [com a Sagewood] veio dessa vocação para desenvolver ecossistemas”. Na sequência, a Sauu desenvolverá o projeto para a Fazenda Boa Fé, também em Teresópolis, com VGV de R$ 300 milhões. O empreendimento foca em casas de alto padrão projetadas pelo arquiteto Duda Porto. O condomínio terá três produtos: um prédio escalonado de dois pavimentos incrustado na montanha, casas de frentepara o lago e casas em meio à floresta.
Por fim, os residenciais Quinta do Café e Quinta das Cerejeiras. Ambos os projetos ainda tratam da regularização dos terrenos na região, mas a perspectiva é quetenham produtos com tíquete mais elevado que os dois primeiros, e o VGV paracada um deles é de cerca de R$ 250 milhões.
A Sagewood ganhou fama global pela parceria com a JHSF, do empresário, José Auriemo Neto, para levantar o Fasano Fifth Avenue, em Nova York. O projeto de US$45 milhões é um dos hotéis mais exclusivos em Manhattan, com diária valendo nomínimo US$ 1,5 mil.
Embora o mercado nova-iorquino tenha demandas específicas para o segmento de luxo, os ciclos de valorização de territórios não são uma novidade na operação da Sagewood. Na Flórida, vem investindo em projetos em comunidades periféricas parapotencializar os ganhos de seus empreendimentos.
Um dos casos mais famosos do grupo é o bairro de Ojus, a oeste de Aventura, na Flórida. O grupo Sagewood passou a erguer empreendimentos de padrão mais elevado na região. “Depois de anos de investimentos em infraestrutura em Ojus, a região hoje vale mais do que quando entramos. Temos mais três projetos para desenvolver lá”, informa. O preço médio dos imóveis no bairro saltou de US$ 120 milem junho de 2020 para US$ 350 mil em abril deste ano, segundo a plataforma Redfin.
A visão de Strabelli para a operação brasileira está focada no segmento de luxo e emgalpões logísticos. “É um mercado pouco explorado, porque as incorporadoras estãomuito focadas no middle market aqui”, diz o executivo.
Cerca de 80% dos clientes da Sagewood são brasileiros e menos de 1% investe nomercado imobiliário no exterior. Para Strabelli, a evolução natural do grupo paraganhar escala tanto no Brasil quanto nos EUA é, com o tempo, reduzir o foco como incorporador e ampliar a atuação como gestor de ativos ilíquidos. “A ideia, em cinco anos é alcançarmos um faturamento anual de US$ 250 milhões, mas podemos alcançar isso na metade do caminho”, afirma.
Por Beatriz Pacheco — De São Paulo
A Sagewood Corporation espera pegar carona no crescimento do mercado imobiliário nos Estados Unidos
O segmento multifamily nos Estados Unidos teve um incremento de 300 mil unidades por ano, entre 2015 e 2019, segundo relatório da National Multifamily Housing Council (NMHC). A demanda do mercado americano, no entanto, deve chegar a 4,3 milhões de apartamentos em geral até 2035, sendo que 1,5 milhão deve ser construído nos estados do Texas, Flórida e Califórnia. Diante deste cenário, a Sagewood Corporation, incorporadora e construtora do brasileiro Douglas Strabelli, desenvolve desde o ano passado, na Flórida, o IQ Concept, um modelo de negócios com foco também no multifamily, com imóveis voltados a aluguel. São três projetos no total com um Valor Geral de Vendas (VGV) de US$ 250 milhões.
O projeto está localizado no bairro de Ojus, no lado Oeste de Aventura (Miami), uma região que passa por remodelação, com forte expansão imobiliária e de negócios. De acordo com Strabelli, há várias razões para o aumento da popularidade das construções multifamily nos Estados Unidos. “Uma delas é a crescente demanda por moradias acessíveis nas áreas urbanas. Com os preços dos imóveis e aluguéis aumentando em muitas cidades americanas, a construção de edifícios multifamily oferece uma opção mais acessível para aqueles que desejam viver nessas aéras”, disse o CEO
Além disso, segundo o paranaense, os edifícios multifamily oferecem comodidades que muitos inquilinos procuram, como áreas comuns para atividades sociais, academias, piscinas e lavanderias compartilhadas. Essas comodidades são mais acessíveis no formato do que se os inquilinos tivessem que implementar essas facilidades em sua própria unidade.
+ Sondagem mostra Indústria da Construção preocupada com condições atuais da economia
A marca IQ Concept foi concebida para atender à demanda de investidores de diferentes perfis. Enquanto o IQ Loft é um projeto multifamily, no qual as unidades dos cinco prédios que compõem o empreendimento serão alugadas e somente colocadas à venda após cinco anos. O IQ Mix segue o formato tradicional de commercial building, voltado para comercialização de suas unidades. Já o IQ Lux , com suas 34 unidades distribuídas em seis andares, é um condomínio de apartamentos voltado para a classe média alta.
Segundo o CEO, com juros muito mais baixos que no Brasil e uma política tributária que só compreende taxas federais, o IQ Concept se mostra interessante tanto para investimento de grande capital como para investimento de renda. “O conceito multifamily permite que os edifícios sejam vendidos ou financiados novamente, com taxas menores que a construction loan, que em geral é de 8%”, disse o empresário brasileiro.
Source: Isto é Dinheiro
Segundo levantamento da National Association of Realtors, brasileiros adquiriram US$ 1,6 bilhão em imóveis nos EUA entre abril de 2021 e março de 2022
Em 2021, a quantidade de brasileiros que deixaram o País sem a intenção de voltar foi a maior em 11 anos: dado o prolongamento da pandemia, 17% dos emigrantes não retornaram. O principal destino foi os Estados Unidos. Em 2021 foram 56,9 mil brasileiros detidos por documentação irregular.
Morar e trabalhar nos EUA também era o sonho do paranaense Douglas Strabelli, que desembarcou em Nova York há mais de 20 anos. Hoje, sua empresa, Sagewood Corporation, conta com um portfólio que engloba hotéis, casas de luxo, ações de retrofit e restaurantes. Atuando como construtora e incorporadora, a companhia tem empreendimentos espalhados por todo o país.
O IQ Concept, por exemplo, é um projeto em desenvolvimento em Aventura, cidade no oeste da Flórida que vai englobar um prédio residencial e um condomínio multiuso com proposta multifamily. Propriedades Multifamily são complexos residenciais com diversos apartamentos registrados sobre uma mesma escritura, de forma a possuir apenas um proprietário, seja ele pessoa física ou jurídica.
Esses apartamentos são disponibilizados para aluguel e se tornam uma fonte de renda para o proprietário. Na prática, é uma espécie de investimento que, apesar de não ser tão difundida no Brasil, está consolidada no país norte-americano. De acordo com o mapeamento da CBRE em 2021, a modalidade movimentou US$ 69,3 bilhões em volume global de vendas e US$ 45,5 bilhões em volume global de empréstimos.
Não à toa, a Sagewood Corporation tem a expectativa de que o IQ Concept alcance um Valor Geral de Vendas (VGV) de US$ 250 milhões. E o Brasil deve ter papel fundamental nessa empreitada. “Cerca de 80% dos nossos investidores são brasileiros. Eles enxergam uma oportunidade de diversificação vantajosa nesse tipo de negócio”, contextualiza Strabelli, CEO da empresa.
O empreendedor confessa que se mudou para os Estados Unidos sem a ambição de enveredar para o mercado imobiliário. Antes, ele vivia na Espanha, onde chegou sem falar o idioma e trabalhava como ajudante de obras. Mais tarde criou sua própria construtora e seis anos depois a vendeu. Resolveu, então, migrar para Nova York. “Queria montar um restaurante, mas depois de três meses vi que meu negócio era outro”, brinca.
“Trabalhei de graça numa empresa de construção por quatro meses. Foi quando me especializei no mercado de luxo americano.” Ele conta que, no início, a maioria dos investidores eram clientes antigos que tinham se relacionado na Espanha, mas com o crescente interesse do público da sua terra-natal, acabou mudando de foco. “O brasileiro começou a entender o mercado e a perceber que não é difícil investir nos Estados Unidos”, afirma.
Um dos maiores símbolos dessa participação brasileira foi a construção de um hotel Fasano na Quinta Avenida, em Nova York. Para abrir as portas aos investidores, ele costuma fazer roadshows por aqui. “Só esse ano fui 7 vezes ao Brasil”, comenta. Strabelli argumenta que a maior dificuldade dos investidores e pessoas físicas era encontrar empresas que pudessem ajudá-lo e intermediar esse processo.
Os brasileiros compraram US$ 1,6 bilhão em imóveis nos EUA entre abril de 2021 e março de 2022, de acordo com levantamento realizado pela National Association of Realtors. O valor representa 3% dos US$ 59 bilhões em propriedades vendidas para estrangeiros no país e coloca o Brasil na quinta posição entre os países com mais clientes no mercado de imóveis local, atrás apenas de China (US$ 6,1), Canadá (US$ 5,5), Índia (US$ 3,6) e México (US$ 2,9).
Também é de olho nessa fatia do mercado que a corretora de imóveis Yara Gouveia, da Leven Real Estate, procura fazer negócios. Moradora de Nova York, ela atua no setor há mais de 20 anos e conta que a participação brasileira no mercado imobiliário dos Estados Unidos sempre existiu, mas é marcada por altos e baixos. “A gente percebe algumas oscilações que acontecem pela alta de juros ou pelo câmbio”, pontua.
“Quando a diferença do dólar para o real era pequena, os brasileiros compravam bastante. O dólar subiu e o mercado sentiu. Nessa época, em Miami, onde a classe média compra mais, [o preço] estava ficando caro e os investidores começaram a vender”, exemplifica. “Durante a pandemia, houve uma nova mudança. E, agora, nesse período de pós-quarentena, o mercado vem se recuperando novamente”, pontua.
Especializada na venda de imóveis em Nova York e Miami, ela afirma que existem diferenças entre os públicos dessas duas localidades. O brasileiro que compra em NY não tem sensibilidade tão grande ao dólar quanto compradores de Miami, comenta.
Os dois últimos apartamentos que Yara vendeu em Nova York para brasileiros custaram oito e seis milhões de dólares, respectivamente. E ela diz estar observando aumento na busca nos últimos meses. “Acredito que pelo momento político e pelas incertezas de futuro, mais pessoas estão planejando suas vidas aqui. Não apenas para investimentos ou segunda residência, mas para mudança também.”
Entre abril de 2021 e março de 2022, compradores estrangeiros adquiriram 98.600 propriedades nos Estados Unidos. O valor representa queda de 7,9% em relação ao ano anterior e o menor número de casas compradas desde 2009. Por outro lado, no geral, as vendas de residências existentes nos EUA totalizaram 6,12 milhões em 2021 — o nível anual mais alto desde 2006.
Os preços parecem não ser os mais acessíveis, apesar disso. O comprador típico de uma casa em outubro pagou 77% a mais em seu empréstimo, por mês, do que pagaria no ano passado. Isso ajuda a explicar como a assinatura de contratos residenciais caíram pelo quarto mês consecutivo em setembro, de acordo com a National Association of Realtors.
Para se ter uma ideia, em setembro, o termo “U.S. Bolha imobiliária” atingiu a maior alta em 15 anos, de acordo com dados de tendências do Google. Frederico Gouveia, corretor de imóveis que atua em Nova York, acredita que esse cenário pode se traduzir em oportunidades.
“A diminuição no volume de negócios faz com que os proprietários deem uma margem maior para negociação”, argumenta.
“Principalmente empreendimentos novos, que têm bastante estoque, estão com descontos mais altos. É uma chance boa para quem pensa em investir”, adiciona.
“Em 2021, houve grande recuperação na cidade depois da pandemia. Estamos observando uma melhora gradual, tanto no mercado de locação quanto no de venda”, complementa.
O que corrobora a afirmação de Frederico é que no primeiro semestre deste ano, as transações de propriedades comerciais nos Estados Unidos atingiram um recorde de US$ 375,8 bilhões. Fato é que entre prognósticos, altas de juros e perspectivas para o setor imobiliário dos EUA, o mercado imobiliário norte-americano, seja para moradia ou investimento, ainda é um sonho para muitos brasileiros.
Texto: Breno Damascena
Fonte: Estadão Imóveis
Empresa fundada há duas décadas pelo brasileiro Douglas Strabelli desenvolve mais de 360 projetos no país e planeja expansão.
O mercado imobiliário americano, apesar das oscilações, é um colosso de oportunidades de negócios. Os compradores estrangeiros investiram US$ 59 bilhões em propriedades residenciais nos Estados Unidos entre abril de 2021 e março de 2022. Os dados da National Association of Realtors (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, tradução livre) refletem alta de 8,5% na comparação ao intervalo anterior e põem fim a sequência de três anos de queda.
Fonte: Isto é dinheiro
Confira a edição completa desta matéria aqui.
O empreendedor paranaense Douglas Strabelli já foi mestre de obras.
Hoje, está no comando de um negócio com faturamento anual de 210 milhões de dólares, o equivalente a 1,1 bilhão de reais na cotação atual.
Strabelli é fundador da Sagewood Corporation, incorporadora com base em Nova York e em Miami.
É, também, um exemplo de empreendedor brasileiro que saiu do zero para conquistar uma reputação num dos setores mais disputados do mundo: o mercado de luxo dos Estados Unidos.
Fundada em 2000, como uma recrutadora de mão de obra para pequenas edificações nos subúrbios de Nova York, a Sagewood vem chamando a atenção de brasileiros com muito poder aquisitivo em busca de um investimento em imóveis nos Estados Unidos.
Na lista de obras comandadas pelo time de Strabelli estão:
✔️O prédio do hotel Fasano Fifth Avenue, em Nova York, um empreendimento avaliado em 45 milhões de dólares
✔️Algumas casas de ricaços nos Hamptons, região de aldeias e vilas à beira-mar nos arredores de Nova York.
✔️Uma dessas mansões, com design do italiano Massimo Castagna, um dos principais especialistas em decoração de ambientes no mundo, está avaliada em 40 milhões de dólares.
Fonte: Instagram
Confira o conteúdo completo deste post aqui.
O paranaense Douglas Strabelli é fundador da Sagewood, incorporadora de imóveis de luxo em Nova York e na Flórida. Em 20 anos, ele saiu do zero para o bilhão.
O empreendedor paranaense Douglas Strabelli já foi mestre de obras. Hoje, está no comando de um negócio com faturamento anual de 210 milhões de dólares, o equivalente a 1,1 bilhão de reais na cotação atual.
Strabelli é fundador da Sagewood Corporation, incorporadora com base em Nova York e em Miami.
Fonte: Exame
Confira a edição dessa matéria completa aqui.