Na dinâmica paisagem dos negócios globais, onde a paixão e a precisão se entrelaçam, Douglas Strabelli se destaca como uma figura singular. Este visionário CEO da Sagewood Corporation começou sua trajetória em campos de futebol em Madri, sonhando com vitórias esportivas, mas foi nas complexas arenas do mercado imobiliário de luxo que ele encontrou seu verdadeiro chamado. Transformando cada desafio em uma oportunidade de crescimento, Strabelli aplicou as disciplinas e estratégias aprendidas no futebol para liderar sua empresa em projetos audaciosos que transcendem fronteiras.
Nesta entrevista exclusiva para a LIFESTYLE BRAZIL, Douglas Strabelli compartilha insights sobre como as lições do esporte moldaram sua abordagem no mundo empresarial, a adaptação à indústria da construção civil e sua visão para o futuro da Sagewood Corporation. Com projetos emblemáticos como o Quinta das Amoras e o edifício na Quinta Avenida, ele discute o potencial inexplorado do mercado de imóveis de luxo no Brasil e suas estratégias para integrar eficiência e excelência estética nos seus empreendimentos, visando não apenas o sucesso econômico, mas também o impacto social positivo nas comunidades.
Prepare-se para mergulhar na mente de um homem que vê além do convencional, um líder cuja carreira é tão robusta quanto as estruturas que ele ergue.
Douglas, você começou sua carreira aspirando ser jogador de futebol em Madri; como essa experiência contribuiu para sua transição para o setor de construção civil e ajudou a prepará-lo para liderar e gerenciar no mundo empresarial?
O futebol sempre teve uma importância muito grande na minha vida, não só pela paixão que tenho pelo esporte, mas, principalmente, pelas lições que aprendi dentro das quatro linhas!
No futebol você aprende, por exemplo, a querer vencer sempre e, para isso, passa a se preparar muito, a treinar mais do que os outros, mas, mesmo assim, você descobre a importância também de trabalhar em equipe. Porque se por um lado é um ambiente em que as pessoas estão dando seu máximo para ganhar posição e, sendo assim, existe uma competitividade muito grande, por outro, o trabalho de grupo é essencial (caso contrário não existe união dentro de campo e, consequentemente, o resultado não vem).
Outra lição que aprendi com o esporte é a importância de valorizar a diversidade, já que sempre competi lado a lado com pessoas de todo tipo de origem e nível socioeconômico. E, no fundo, todas sempre tiveram o mesmo objetivo que eu: vencer!
O stress do futebol também é bem parecido com o que vivemos no mercado imobiliário. Tem situações em campo em que você está atacando, vem uma dificuldade e você acaba tomando um gol, por exemplo. No jogo você precisa reagir rápido num momento de crise como esse, e o mesmo acontece na minha carreira de incorporador e construtor.
Outro ponto em comum com o mercado imobiliário é o planejamento que precisa acontecer dentro do campo para chegar no resultado. A gente tem que estar sempre planejando, pensando aonde queremos chegar, qual resultado queremos alcançar. Como em qualquer outra atividade, no futebol você planeja, vem a dificuldade e você precisa ajustar o planejamento, reagir. Na construção é a mesma coisa!
O futebol também ensina a importância de saber ganhar e saber perder. Quando você ganha é muito legal, é muito boa a sensação de vitória. Mas quando você perde é que você realmente aprende. O futebol me trouxe muito isso: quando eu achava que eu era o melhor, ou quando tinha melhor time, e a gente perdia por um erro, éramos chamados a refletir, discutir em grupo para achar uma solução sem culpar ninguém individualmente. A derrota é sempre de um time inteiro e não de um indivíduo somente.
A questão da liderança também foi uma lição do esporte que eu trouxe para minha carreira. Foi jogando que comecei a entender a importância do líder dentro de campo: ele é a pessoa que coloca todo mundo para jogar – independentemente da posição de cada um – em prol de um bem comum que é vencer.
Tem ainda a questão que faz parte de qualquer esporte que é a excelência. É você querer fazer o melhor, querer que o jogo seja mais bonito e não apenas competitivo. A excelência e a qualidade dentro do jogo também se aplicam no mundo dos negócios.
Resumindo, o futebol trouxe muito na minha vida e até hoje me ajuda em todos os aspectos: crescimento pessoal, competitividade, trabalho em equipe, ética profissional (no futebol é necessário ter muita ética, estar sempre do lado correto).
Você mencionou a falta de entendimento sobre o mercado de imóveis de luxo no Brasil. Como você planeja usar sua experiência internacional para transformar esse segmento?
Sempre digo que, na minha visão, o mercado de luxo no Brasil é muito grande e tem poucas empresas que entendem como trabalhar nesse segmento e que estão se posicionando bem no mercado. Existe, portanto, um espaço muito grande a ser explorado no país e a ideia da Sagewood Corporation é levar para o nosso país a questão de eficiência do mercado de luxo dos EUA, usando a parte de marketing -que é bem forte aqui nos EUA – e do nosso branding norte-americano, totalmente ligado ao luxo.
Queremos pegar o que é positivo e funciona aqui e misturar com o que é positivo e funciona no Brasil, fazendo um híbrido, de maneira a trabalhar de forma mais eficiente. Acreditamos que podemos gerar valor desta forma!
A Sagewood Corporation já é bem-sucedida nos Estados Unidos. O que especificamente despertou seu interesse em expandir as operações para o Brasil neste momento?
Estou fora do Brasil há muitos anos e, por isso, não tinha visualizado uma oportunidade no país num futuro próximo. Mas como na vida os desafios acontecem quando você menos espera, nós tivemos a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que já estavam trabalhando no mercado imobiliário e que nos ofereceram a parceria entendendo que poderíamos agregar valor tanto na metodologia quanto com relação ao nosso branding americano. Surgiu assim, em parceria com a Areaum Participações, o nosso projeto de Teresópolis chamado Quinta das Amoras. A ideia é desenvolver e revitalizar toda uma região. No início encarei como desafio pessoal e a surpresa na parceria foi muito positiva, a gente visualizou um crescimento muito grande. Hoje eu enxergo que o mercado brasileiro é muito forte, muito grande e não é explorado em sua totalidade, além de ser menos maduro que o mercado americano. Existe muita oportunidade para quem realmente quer fazer algo diferente, algo voltado não somente ao ganho de capital, mas sim algo que tenha uma preocupação com relação a melhoria regional. Acho que isso despertou na gente um senso de oportunidade e agora estamos totalmente focados no Brasil além dos EUA, claro.
QUINTA DAS AMORAS, NA REGIÃO SERRRANA DO RIO
Você descreveu o projeto “Quinta das Amoras” como um desenvolvimento de grande escala que vai além de um condomínio de alto padrão. Poderia detalhar o impacto esperado desse projeto na região serrana do Rio?
O Quinta das Amoras é um de cinco projetos que estávamos desenvolvendo no Rio de Janeiro – hoje esse número cresceu. A gente definiu que, como o Quinta foi lançado agora, a gente vai finalizar nosso master plan – que era o nosso desejo principal – para realmente organizar toda forma de incorporação na região. Esse master plan vai atingir uma região considerável da serra e inclui um trabalho social muito interessante.
Começaremos com a revitalização da Trilha dos Vagalumes – e o plano não inclui só a melhoria das estradas da região, mas também a reforma de casas de 90 famílias, capacitação dos moradores (fazendo convênios com órgãos e empresas especializadas para nos ajudar).
Dentro deste Master Plan – que abrange mais regiões – a nossa ideia é criar pelo menos 3 “centralidades” para que o conjunto desses projetos possa realmente mudar as regiões em que estão inseridos e trazer cada vez mais não só turismo para a localidade, mas também pessoas que estejam em busca de uma primeira, segunda ou terceira casa de diferentes tamanhos e proporções em condomínios nossos, atraindo o público do Brasil inteiro e, principalmente, do Rio de Janeiro e de Niterói.
No projeto a gente conta com o Duda Porto, um dos arquitetos mais respeitados do Brasil. Além de ser um profissional incrível, ele está totalmente envolvido com os valores e princípios do projeto e da SAAU, a empresa que tenho em parceria com a Areaum Participações, que é a responsável pelo empreendimento. Além disso, minha sócia, Andrea Maturano, e eu estamos tratando todas essas ações com a máxima prioridade.
Você enfrentou altos e baixos significativos em sua carreira, especialmente durante a transição para a construção civil nos Estados Unidos. Que lições você aprendeu com esses desafios que considera vitais para empreendedores aspirantes?
A lição mais importante, como eu disse, não vem das vitórias, mas das derrotas. Interessante que muita gente ignora as derrotas e tende a colocar a culpa em qualquer circunstância, menos na sua responsabilidade. E esse aprendizado é uma das coisas mais importantes na carreira, na minha opinião.
Outra coisa essencial é encontrar a paixão na sua vida no lado profissional. Quando você não faz o que você realmente gosta, se identifica, ou que sinta que é a sua missão, a sua possibilidade de crescer acaba ficando muito limitada. Quando você sai de manhã para trabalhar e você sente obrigação e não prazer é um indicativo de que você não está no caminho certo. Então minha dica é: busque sua paixão, para que você possa sair de casa com vontade, querendo sempre o melhor na sua posição. O lado profissional tem que ser prazeroso e dentro da sua missão de vida para que você possa ser não só um grande empresário, mas um grande funcionário de qualquer posição.
A questão do planejamento também é essencial. Muitas pessoas querem fazer uma coisa na vida e não planejam, simplesmente agem. Mas o planejamento tem que estar em primeiro lugar. Durante e depois do planejamento surgem os marcos, as etapas importantes para que você tenha vitórias pequenas a cada período e que tenha recompensas para não desanimar antes de chegar no seu objetivo final. Vale dizer que entre o planejamento e as etapas do caminho todo mundo encontra muitos percalços. Uma vez definido um objetivo é importante saber que as dificuldades virão, mas você tem que seguir pela determinação de chegar ao seu objetivo.
E, por fim, se você é empresário vale registrar outra lição que eu aprendi com o tempo: sempre contrate alguém que é melhor do que você. Essas pessoas vão te dizer o que fazer e não o contrário. Sempre tenha pessoas muito boas do seu lado. Você nunca vai crescer se não tiver alguém muito competente brigando para te fazer melhor. O legal disso é que quando você sobe um degrau da escada essa pessoa sobe junto e, assim, você vai ter sempre grandes profissionais na empresa buscando crescimento. Um dos principais valores da Sagewood Corporation é meritocracia. Você cria uma relação dentro da empresa que reflete desde o pedreiro e o mestre de obras até o CEO da empresa. Qualquer um pode sair de ajudante e se transformar num executivo, num CEO.
MANSÃO NOS HAMPTONS, A VENDA POR US$ 31 MILHÕES
Com a Sagewood Corporation realizando projetos significativos como o edifício na Quinta Avenida em Nova York, como você vê o futuro da empresa em termos de expansão e novos mercados?
Nos próximos dois ou três anos focaremos nossos investimentos nos estados da Florida e de New York, onde temos um conhecimento muito grande. Depois desse período vamos ampliar nossa área de atuação no país.
Além disso, na América do Sul a intenção é continuar investindo pesado no mercado de luxo no Brasil – nas áreas Sul, Sudeste e Norte.
Em 5 anos pretendemos ainda realizar o sonho de atuar na Europa pelo fato de eu ter passado muitos anos na Espanha. Estamos estudando o mercado, identificando oportunidades de investimento.
Neste momento já estamos olhando muito para Portugal, Espanha e Inglaterra onde pretendemos realizar projetos imobiliários com parceiros locais, como estamos fazendo no Brasil. Inclusive temos alguns eventos marcados ainda este ano em Portugal e Inglaterra e o nosso interesse nesses países é diversificação de investimento e portfólio.
Fonte: Lifestyle Brazil
Sagewood Corporation
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